domingo, 13 de dezembro de 2015

A oportunidade de ser surprendida


Nesses últimos dias andei pensando muito sobre o quanto não temos nenhum controle sobre as nossas vidas, sempre fui aquela pessoa que faz mil planos para tentar achar que tem um mínimo de domínio sobre os acontecimentos ao meu redor, aquela pessoa que fica frustada quando tudo dá errado e que quer que tudo saia como o planejado. Mas nos últimos tempos, a vida foi me ensinando que as coisas não são bem assim, que eu não tenho controle de nada e que não tê-lo, não é necessariamente algo ruim. Aprendi também, que não ter controle sobre a minha vida, é diferente de dizer que não sou protagonista dela. Posso ser protagonista e ao mesmo tempo deixá-la livre para seguir um caminho que talvez fuja de um plano inicial que tinha.
Por que estou falando disso tudo? Porque fiquei refletindo sobre minha trajetória nesses últimos 2 anos na psicologia ( no sentindo literal, ao falar da faculdade de psicologia que estou cursando e no sentido metafórico também ao me referir a psicologia da vida mesmo). Há dois anos quando prestava vestibular tinha plena convicção que estava prestando o curso certo, me imaginava no futuro como uma psicóloga bem sucedida e realizada ( hoje tenho, minhas dúvidas se me imaginava mesmo...) e quando entrei no curso e o odiei, vi que aquele plano tinha ido por água a baixo, me senti frustada por meus planos não terem saído como planejado e vários meses fiquei na angustia, devido a sensação horrível de que minha vida tinha saído do meu controle. Bizarro né? 
O tempo passou, continuei seguindo o curso e algo que eu nunca tinha planejado aconteceu, eu me apaixonei, me apaixonei por educação, educação alternativa, educação democrática, por educação em geral e percebi o quanto a psicologia tem para contribuir para essa educação acontecer. Essa paixão nunca esteve nos meus planos e aconteceu, esse interesse se despertou numa aula de psicologia. E só agora refletindo o quanto e onde essa paixão se desenvolveu, me dei conta e  percebi o quanto a faculdade e o curso que antes parecia me deixar tão insatisfeita me deu a oportunidade de conhecer, de estudar e de pesquisar algo que talvez demoraria anos para conhecer ou talvez eu nem conheceria. Foi assim que percebi que não odiava tanto assim meu curso e que lá no fundinho havia um amor bem grande ainda inexplorado... 
E assim compreendi que as vezes a vida sai do nosso controle, mas nos leva a caminhos que sozinhos não andaríamos. Pensando nisso analisei que as melhores coisas da minha vida aconteceram dessa forma, sem ser metodicamente planejadas. 
Não escrevo esse texto para as pessoas pararem de planejar, continuo achando importante fazer planos, mas escrevo para pessoas que as vezes assim como eu  (o eu do passado) não aceitam as surpresas e os obstáculos que aparecem ao decorrer dessa vida (que insistimos em ter controle) e acabam perdendo a oportunidade de receber os brindes que as nossas vidas nos dá.

*P.S: O odeio essa foto, mas tenho boas lembranças de quando ela foi tirada, foi uma fase que realmente a vida estava me surpreendendo, além de eu estar inteiramente torta, também estou com os cabelos bagunçados devido o vento (coisa que eu amo). Escrevi esse texto já faz um bom tempo, mas sempre que eu o leio acho que tem cara de auto-ajuda (coisa que odeio) e por isso nunca posto, porééém resolvi ignorar esse fato e compartilhar, tenho certeza que vou me arrepender em seguida de ter publicado. 

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