quarta-feira, 23 de março de 2016

O paradoxo do aeroporto


É madrugada, a casa está silenciosa, estou na frente do computador lendo os milhares de textos acumulados que a faculdade cobra de mim... Olho para o chão do meu quarto, vejo minha mala jogada, faz uma semana que voltei de viagem e preciso urgentemente desfazê-la. Mas toda vez que olho para ela, lembro do nosso encontro. O destino é cheio de me pregar peças, sempre sou surpreendida pela vida, mas jamais esperava ter sido surpreendida como fui dessa vez.
Sou suspeita para falar de aeroportos, sempre tive uma ideia romantizada dos mesmos... Toda vez que estou neles observo diversas situações, das boas às ruins... Gosto desse lugar paradoxal, que posso ao mesmo tempo ver despedidas, olhares cansados, tristeza de dizer adeus, mas também felicidade, chegadas, reencontros. Talvez seja por isso que o destino escolheu esse lugar para eu te encontrar.
Há três anos te vi pela última vez e tinha certeza que jamais nossos caminhos se cruzariam... Foi aquele adeus doloroso, que o só o tempo curou. Lembro do seu olhar, do meu olhar, das nossas mãos se soltando, das lágrimas escorrendo, da vontade de te ter perto de mim... Depois lembro da saudade, da vontade imensa de te ver de novo, de te procurar, da ilusão de ficarmos juntos. 
O tempo passou, consegui passar dias sem pensar em você, depois meses, depois semestres... Ficaram só as lembranças, as memórias e o vazio... Vazio que o tempo, a vida e outras pessoas quase que preencheram por completo.
Minha vida seguiu, eu cresci, nunca mais tive notícias de você... Comecei a viajar com uma frequência absurda para todos os lugares que planejamos um dia viajar juntos, mas sozinha... Foi na volta de uma dessas viagens, que tive que fazer uma conexão de mais de 3 horas em Guarulhos. E foi em Guarulhos que você teve que fazer uma conexão de 2 horas e meia. 
É óbvio, que estávamos no mesmo lugar ao mesmo tempo, o que não era óbvio era que eu ia ter um encontro quase poético. Nunca nos meus sonhos, planos ou mesmo pensamentos, te encontraria novamente em um aeroporto.
E foi ali, cenário das despedidas e dos reencontros, que primeiro nos reencontramos para depois nos despedirmos de novo. E eu vivi o paradoxo do aeroporto, senti tudo ao mesmo tempo, a felicidade do nosso reencontro e a dor da despedida muito comum nas sessões de embarque. 
E agora, aqui em casa, de volta a vida normal depois de me despedir novamente de você, tenho mais um buraco vazio, precisando ser preenchido, pelo menos dessa vez trocamos telefones e eu sei que você não está mais do outro lado do mundo.

4 comentários:

  1. Que texto mais lindo! Acredita que até esses dias eu tava pensando em escreve rum texto assim? quase nesse sentido? Vc leu minha mente moça hhahaha
    Adorei, viu? Beijos
    http://b-uscandosonhos.blogspot.com.br/

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    1. Valeeu (: Sério? Quuue engraçado! Muita coincidência!!
      Beijinhos

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  2. Ahhh que amor! hahaha Adorei o texto, você escreve super bem! Eu também romantizo aeroportos, apesar de todas as vezes que eu entrei em um eu estava atrasada para o voo e nunca consegui viver uma história que nem nos filmes hahaha
    Adorei o post ♥

    Beijos
    Meu Conto de Fada

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    1. OOi Giuliana! Muito obrigada! hahahhahahahaha eu diferente de você morro de medo de perder os vôos e acho que é por isso que sempre fico muitas horas atoa por lá hahahahah
      Beijinhos

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